Revolução Francesa
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO
Como em toda a Europa, a França sofria desgastes no modelo
de governo adotado. Os países do continente europeu seguiam o modelo
absolutista de governo, com o poder concentrado nas mãos dos reis.
A sociedade era divida em três classes:
1º estado – Clero
2º estado – Nobreza
3º estado – burgueses, artesãos, trabalhadores rurais e
urbanos
O 1º e 2º estado esbanjavam luxo, custeado pela grande
quantidade de impostos pagos ao governo e à igreja.
O momento econômico francês também não era bom. A França
estava endividada por conta dos gastos com a Guerra dos 7 Anos que travou
contra a Inglaterra, assim como os gastos no financiamento da guerra de
independência dos Estados Unidos da América.
Outra fonte dos gastos do governo francês era o luxo
exercido pela nobreza e clero. Os reis e representantes da Igreja levavam uma
vida boa, enquanto o resto da população sofria com a falta do básico.
Para ter uma ideia, entre os anos de 1785 e 1789 o custo de
vida médio de um cidadão francês aumentou cerca de 62%
“Se não tem pão, que comam brioches” – Maria Antonieta
(provável)
INÍCIO DA REVOLTA
No fim da década de 1780 a grave crise financeira causada
por péssimas colheitas, aliado aos gastos excessivos, atingiu principalmente a
parte mais pobre da população francesa.
Tal momento fez com que a pressão sobre o rei aumentasse. O
terceiro estado passa a exigir paridade na representação no congresso, já que
eles eram 95% da população.
Até o momento, os votos eram feitos por estados, fazendo com
que a nobreza e clero vencessem facilmente o 3º estado. A mudança proposta
trazia paridade nos votos. Desta foram os deputados votavam de forma
individual. Foi assim que eles conseguiram a primeira vitória.
ASSEMBLEIA DOS NOTÁVEIS
Na tentativa de encontrar caminhos para o fim da crise
financeira que atingia a França, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos
Notáveis para consultá-los sobre solucionar o problema que enfrentavam.
A assembleia era composta principalmente por membros do
clero, os quais se negaram a aceitar qualquer solução que passasse pela redução
do financiamento da Igreja.
A REVOLTA
O impasse na questão do voto durou cerca de um mês, dando
origem à convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, fruto de uma
articulação do 3º estado com os liberais do 1º e 2º.
Os setores mais conservadores e resistentes do 1º e 2º
estado organizavam uma forma de dissolver a assembleia.
Porém, a maior parte da população apoiava o movimento do 3º
estado. Em 14 de julho de 1789 a população saqueou um depósito de armas do
governo, conseguindo mais de 30mil fuzis e dezenas de canhões, tomando a
Bastilha, uma prisão francesa.
O rei Luís XVI aceitou, sob pressão, o andamento da
assembleia.
Mediante esse cenário alguns nobres saíram da França para buscar apoio de outras monarquias absolutistas com o objetivo de reprimir o movimento revolucionário
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
Os membros da assembleia elaboraram uma série de reformas,
entre elas a abolição dos privilégios feudais, padronizaram a arrecadação de
impostos e acabaram com as penas cruéis.
O clero e a nobreza tiveram seus bens bloqueados e
confiscados como garantia para a emissão de assignats e diminuir a divida
francesa.
Uma outra ação tomada foi de subordinar o clero ao Estado.
Porém, a obra mais influente, até nos dias atuais, é a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi a base
para a primeira Constituição Francesa. Ela defendia os direitos individuais e a
igualdade dos cidadãos perante a lei, assim como limitava o poder dos reis e
assegura às pessoas o direito à propriedade.
Esse documento serviu para demonstrar os reais interesses da
burguesia, poupar os nobres, os quais prefeririam abrir mão dos direitos à
perder suas propriedades.
Os anos seguintes foram dominados por lutas entre várias
assembleias liberais e de direita feitas por apoiantes da monarquia no sentido
de travar grandes reformas no país.
JACOBINOS
De início, os jacobinos eram apenas os membros de um clube
maçônico chamado Clube Jacobino – que, por sua vez, tinha tal nome por se
localizar no Convento de São Tiago (no original francês, Jacques ou Jacob).
Pertenciam ao grupo alguns nobres e vários burgueses ricos; entre estes,
encontravam-se importantes personagens para a Revolução que em breve ocorreria,
como Jacques-Pierre Brissot, que lideraria a facção girondina, e Maximilien
Robespierre, que lideraria os jacobinos.
após a tentativa de fuga do rei Luís XVI, em junho de 1791,
as discordâncias sobre o que deveria ser feito a respeito da família real levou
à cisão do Clube Jacobino entre os moderados – hesitantes quanto ao fim da
monarquia – e os democratas – muito mais radicais e idealistas em sua defesa da
República.
Em meio a uma grave crise econômica, favorecida pela
política liberal dos girondinos, a nova República perdeu rapidamente o apoio
entre as camadas populares e a pequena burguesia, o que permitiu que os
jacobinos assumissem completamente o controle do governo em um golpe ocorrido
em dois de junho; pouco depois, os girondinos passaram a ser perseguidos.
Esta Convenção Nacional controlada por Robespierre teve
grande apoio da população em seu início, uma vez que criou leis fixando teto
para o preço de produtos, promoveu a reforma agrária e repartiu bens de nobres,
além de obter vitórias decisivas sobre os exércitos contrarrevolucionários.
Entretanto, com o passar dos meses, a perseguição cada vez mais extrema dos
jacobinos contra líderes populares afastou paulatinamente tal apoio; ao mesmo
tempo, as medidas econômicas intervencionistas do governo incomodavam a alta
burguesia.
GIRONDINOS
O termo "girondino" costuma se referir a um grupo
político mais conservador durante a Revolução Francesa, que teve papel notável
durante os períodos chamados de Assembleia Nacional Constituinte (1789-91),
Convenção Nacional (1792-95) e Diretório (1795-99).
Em suma, os girondinos representavam agora os interesses
moderados das classes mais altas, enquanto os jacobinos apoiavam-se nos desejos
de uma participação política maior da população francesa.
Foram responsáveis pelo “Diretório”, onde o poder executivo era
composto por cinco diretores, eleitos para um mandato de cinco anos. Marcado
pela crise política e econômica, o governo girondino enfrentou alta
impopularidade após anular as medidas sociais jacobinas, além de sofrer várias
tentativas de golpe de Estado.
PRIMEIRA REPÚBLICA FRANCESA
A Primeira República Francesa foi proclamada em setembro de 1792 e o rei Luís XVI foi executado no ano seguinte. As ameaças externas moldaram o curso da revolução. As guerras revolucionárias francesas começaram em 1792 e, finalmente, apresentaram espetaculares vitórias que facilitaram a conquista da Península Itálica, dos Países Baixos e da maioria dos territórios a oeste do Reno pela França
Internamente, os sentimentos populares radicalizaram a
revolução significativamente, culminando com a ascensão de Maximilien
Robespierre, dos jacobinos e de uma ditadura virtual imposta pelo Comitê de
Salvação Pública, que estabeleceu o chamado Reino de Terror entre 1793 e 1794,
período no qual entre 16 mil e 40 mil pessoas foram mortas.
O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais.
Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que, com o Diretório, não
teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder.
Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora,
para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros
A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada
NAPOLEÃO BONAPARTE
Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do
império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse
país, então sob tutela inglesa. Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns
generais fiéis, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda
a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início
ao período napoleônico em 18 de brumário (9 de novembro de 1799). O Consulado
era representado por três elementos: Napoleão, o abade Sieyès e Roger Ducos. Na
realidade, o poder concentrou-se nas mãos de Napoleão, que ajudou a consolidar
as conquistas burguesas da Revolução.
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