Revolução Industrial
CONTEXTO
O modo de produção até o século XVI e XVII era completamente
manual. O comércio começava a expandir pela Europa, o que levou à necessidade
de modificar o modelo de fabricação, iniciando assim o sistema doméstico de
trabalho. Este processo era caracterizado pela produção caseira com auxilio da
família e matéria prima obtida através de empresários.
No século XVIII foram inventadas máquinas de fiar, a vapor e
tear mecânico que permitiram transformações no modo de organização e produção.
PIONEIRISMO DA INGLATERRA
Acumulação de capitais proveniente do comércio escravista,
exploração das suas colônias em África e América e facilidade na relação
comercial internacional foram alguns dos motivos que levaram a Inglaterra ao
pioneirismo na revolução industrial.
A disponibilidade de mão de obra barata, fruto de
cercamentos das terras comunais e transformação em propriedade privada,
utilizadas para comércio, como carneiros, os quais forneciam lã para a
indústria têxtil.
Outro fator importante é a disponibilidade de carvão e
ferro, utilizados para desenvolver ferrovias, locomotivas, peças e máquinas em
geral.
MUDANÇAS SOCIAIS E TRABALHISTAS
A partir do século XIX a industrialização inglesa e
urbanização promoveram o surgimento de
uma nova classe social, os operários urbanos. Estes operários eram submetidos a
péssimas condições de moradia, trabalho e saneamento, por conta da necessidade
de morar perto das indústrias.
Há também o surgimento de uma classe média urbana formada
por grupos ligados às atividades industriais, financeiras, além de
profissionais como advogados, médicos e professores.
A disciplina e submissão nas fábricas era bastante cobrada,
causando uma rotina monótona e regular. A produção era extremamente repetitiva
e simplificada, causando o tédio quando aliada ao salário baixo e risco
constante de desemprego.
ESTILO DE VIDA NA INGLATERRA INDUSTRIAL
A vida do trabalhador inglês era marcada por péssimas
condições de moradia e salário, conforme levantado por Hobsbawn: “ [...] em
Bolton, cidade no oeste da Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33
xelins, mas, em 1815, o valor pago havia caído para 14 xelins e, entre 1829 e
1834, esse salário havia despencado para quase 6 xelins”
Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a
lidar com uma carga de trabalho extenuante. Nas indústrias inglesas do período
da Revolução Industrial, a jornada diária de trabalho costumava ser de até 16
horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os trabalhadores que não
aguentassem a jornada eram sumariamente substituídos por outros.
Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores e
constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era quando os
trabalhadores tinham seus dedos presos na máquina, e muitos os perdiam. Os
trabalhadores que se afastavam por problemas de saúde poderiam ser demitidos e
não receberiam seu salário. Só eram pagos os funcionários que trabalhavam
efetivamente.
Essa situação degradante fez com que os trabalhadores
mobilizassem-se pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à criação das
organizações de trabalhadores (mais conhecidas no Brasil como sindicatos) e
chamadas na Inglaterra de trade union.
MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA
Ludismo: O movimento ludista foi realizado pelo
trabalhadores de fiação e tecelagem no ano de 1811. Foi um protesto mais
radical. Ned Ludd, um dos líderes do movimento, junto com outros trabalhadores,
entraram nas fábricas e destruíram as máquinas. Para os ludistas, as máquinas
eram mais eficientes que os homens e, consequentemente, tiravam seus
trabalhos. Muitos desses manifestantes
foram condenados à prisão, ao exílio e até ao enforcamento. Os ludistas são
conhecidos historicamente pelo termo "os quebradores de máquinas". Os
operários ingleses mais maduros na militância após alguns anos, empregaram
métodos mais ativos de luta, tal como a greve e o movimento sindical.
Cartismo: O movimento cartista, organizado pela Associação
dos Operários, também fez parte da primeira revolução industrial. Esse
movimento exigia melhores condições de trabalho, tal como a diminuição da carga
horária, passando de dez para oito horas por dia, a legalização do trabalho
feminino, o fim do trabalho infantil, além da folga semanal e o salário mínimo.
Outro ponto importante do movimentos dos cartistas foi a
reivindicação de novos direitos políticos. Naquela época, o direito ao voto se
restringia aos homens, sobretudo quem tivesse boas condições econômicas. Eles
brigavam pelo fim do voto censitário, que era justamente os cidadãos que tinham
uma boa renda econômica que poderiam votar. Esse movimento chegou a conquistar
muitos direitos políticos para os trabalhadores na primeira revolução
industrial.
Os ideais socialistas e anarquistas serviram de base para a
elaboração de panfletos que criticavam os trabalhos nas fábricas, as condições
de vida e informavam sobre as reinvindicações do proletariado.
As greves e motins foram utilizados para enfrentar as
péssimas condições de vida, levando a levantes contra empresas e saques à
armazéns e mercearias.
A partir de 1830 os trabalhadores iniciam as conquistas,
entre elas: crianças entre 9 e 13 anos só poderiam trabalhar 6h/dia. Em 1840 as
mulheres conseguiram reduzir suas jornadas, em 1850 foi a vez dos homens
ALTERNATIVAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL/GOVERNO
Socialismo Científico: Surgiu com Karl Marx e Friederich
Engels no século XIX. Se tornou popular a partir da publicação do Manifesto Do
Partido Comunista em 1948.
A crítica de Marx e Engels se dá ao lucro obtido através da
exploração dos trabalhadores pelos burgueses, os quais enriqueciam com a
exploração da mão de obra dos operários.
Para os pensadores a transformação da sociedade deveria
acontecer através de uma mudança no modo de organização social. Eles defendiam
o fim da propriedade privada, devendo passar o controle das fábricas aos
operários.
Portanto, o fim da sociedade capitalista se dá a partir dos
próprios operários, tomando o poder do Estado, atendendo aos seus interesses,
construindo assim uma sociedade igualitária.
Anarquismo: “A futura organização da sociedade deveria ser
realizada de baixo para cima, pela livre associação e união dos operários”
Anarquismo significa viver sem governo, ou seja, o poder não
deveria emanar de uma instituição governamental, mas da própria sociedade.
Os anarquistas defendiam a eliminação do Estado, do
capitalismo, das religiões, pois negavam a autoridade governamental,
propriedade privada e moral religiosa.
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